Nos últimos dias tem-se falado muito da TAP, mas não pelos
motivos que se deveria. Não foi devido ao seu sucesso ou a um prémio recebido
pela companhia como a TAP nos habituou, pelo contrário, desta vez a companhia
foi assunto do momento devido à greve de 10 dias que os pilotos fizeram.
Esta greve que fez com que a companhia perdesse 63 milhões de
euros, em despesas, para que os seus passageiros não sentissem o impacto total
da adesão à greve. Mas embora os custos da TAP tenham sido extensos, os maiores
prejudicados foram os passageiros.
Pessoas de todo o mundo foram incapacitadas de fazer as
viagens que tinham marcado e pago, porque os pilotos decidiram fazer greve.
Com esta paralisação os pilotos pretendiam que a privatização
da empresa fosse parada, exigindo também um aumento do salário pelas horas
extraordinárias. Mas quem acaba por sofrer com esta paralisação não foram os
grandes empresários das companhias, nem o governo, são os passageiros que
tinham que ir em viagens de trabalho, que tinham planeado as suas férias, que
iam ter com as suas famílias, e em vez disso sofreram dias de angústia e stress sem obter respostas da companhia.
Voos cancelados, adiados, sem qualquer informação de quando
iriam ser remarcados novamente e o que é que a companhia faz ?!, dá pequenos
vales para a alimentação que nem cobrem uma garrafa de água no aeroporto, e
coloca horas e horas a fio, famílias com filhos pequenos à espera nos
aeroportos para mais tarde serem comunicadas que não terão voo, muitas
obrigadas a ficar em hotéis, sem saberem onde estão as suas bagagens, porque já
estavam no avião.
Nesta situação, todos perderam, mas apenas uma das partes não
teve culpa dos acontecimentos: os passageiros foram lesados monetária, física,
e psicologicamente, e tudo devido a uma empresa que não consegue encontrar um
acordo com os seus trabalhadores, e a funcionários que demonstraram o seu
descontentamento da forma mais inconveniente para com as pessoas que pretendem
servir diariamente.