Sete por cento dos adolescentes já tiveram comportamentos auto-lesivos

A adolescência é uma altura de grandes mudanças para qualquer pessoa. É um período de grande instabilidade hormonal, o que muitas vezes leva a sentimentos depressivos por parte dos jovens, que muitas vezes não sentem a vontade para falar com alguém sobre o que os atormenta. Quando esta situação acontece existe uma maior possibilidade de os adolescentes desenvolverem um comportamento auto lesivo. Cerca de dez por cento já tentou magoar-se de alguma forma.

“É mais frequente as raparigas dizerem que os comportamentos auto-lesivos funcionam como um castigo (auto-punição) e que tentam aliviar o seu mal-estar psicológico através da dor física. Por outro lado, a insatisfação com a imagem corporal, mais frequente no sexo feminino, relaciona-se também com comportamentos auto-lesivos”, revela Ana Peixinho, coordenadora da Unidade de Psiquiatria e Psicologia do Hospital Lusíadas Lisboa.

Alertando que “ os comportamentos auto-lesivos e o suicídio são indissociáveis, torna-se difícil abordá-los separadamente. Contudo, isto não significa que conduzam necessariamente ao suicídio. Podem incluir uma tentativa de suicídio, em que se incluem vários métodos de auto-lesão, como intoxicação medicamentosa voluntária ou cortes na superfície corporal. Por outro lado, existem situações em que o único objectivo é a destruição do tecido corporal do próprio, sem intenção de morrer. Aqui incluem-se cortes e comportamentos associados como queimaduras e arranhões.”

“A prevenção deve ser dirigida à maioria dos adolescentes e pretende modificar fatores que predispõem o jovem para auto-lesão, como por exemplo melhorar a sua capacidade em pedir ajuda, reduzir os preconceitos associados a este tipo de comportamento, ou fomentar o treino de estratégias para lidar com esta situação”, concluiu a psiquiatra.

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